Sinto em te informar, mas não há muito o que fazer a essa altura. Ele mentiu, ele enganou, ele manipulou – eu, você, a menina lá da praça que trabalha naquela loja e provavelmente tantas outras que nem temos ideia. Mais difícil do que a saudade que sinto dele, é assumir que fui feita de idiota e caí no conto mais antigo que existe na terra. Ele é bonito, ele é divertido e engraçado, e meu Deus do céu, ele sabe mentir. A culpa é nossa por acreditar em tudo, mas mais da vida por ter dados olhos verdes para aquela peste. Não há como discutir que o charme dele é infalível e a boca também. Vamos fazer o quê, agora? Só resta decretar k.o e nos retirar antes que fique vergonhoso. O discurso de bom menino arrependido dele não vai mudar, então nós precisamos. É hora de partir.

Macho escroto não muda, é a gente que muda de macho.

Por melhor que seja a sensação de estar nos braços dele e ver aquele sorriso se abrir nos lábios doces que mordem e beijam com fulgor, eu preciso lembrar à você que o amor próprio vale mais – que a paz no espírito vale mais, assim como a tranquilidade de ir e vir sabendo que escolhemos boas pessoas para dividir a vida. Ele nunca teve intenção de ficar ou de fazer alguma de nós feliz, caso contrário, jamais teria nos colocado nessa situação. Você pode não perceber isso agora, mas eu já posso olhar com clareza para a situação. Não sei se é a minha experiência ou o cheiro de filho da puta que ele tem, o que importa é que eu sei que não dá mais. Acabou.

Não, não fique péssima e não se culpa agora. Não se chateia ou se condene. O erro foi dele. O desvio de caráter foi dele. Nossa culpa será só continuar onde estamos por comodismo ou amor aos olhos verdes mentirosos. É hora de encerrar o teatro e assumir que apesar de sexo ser bom, não é o suficiente. Não nessa situação e nessa relação. É hora de deixar partir quem nunca quis ficar de fato, quem sempre esteve no aeroporto. Nossa morada se fará em outro lugar agora. Não deixe ele te convencer do contrário. E se ele insistir em dizer que está com saudade e que vai mudar, manda ele passear. Vamos fazer o que, não é? Ele merece colher o que plantou.