O tema seria companheirismo. Não imagino algum melhor. Para as flores, vermelho e branco. Vermelho para os dias de imensa alegria e paixão, e branco, como uma bandeira de paz nos dias em que as coisas não estiverem indo bem.
No buffet, o que tiver realmente não me importa. Comeria lagosta contigo qualquer dia da semana, do mesmo modo que devoraria pratos e pratos de feijoada durante os meses se tivesse você do meu lado. Agora, os doces, eu faço questão. De todos eles. Conto com eles para adoçarem a nossa vida juntos e nos fazerem suspirar a cada mordida e nova descoberta. Os doces por vezes enjoam, e é capaz de que a gente se pegue um cado enjoado um da cara do outro, mas os doces nunca deixam de ser doces por causa disso, não é? Você pode não aguentar ver mais brigadeiro na sua frente hoje ou amanhã, mas na quinta-feira você já vai querer ver o doce de novo. Quero que com a gente seja assim.
Na lista de casamento, só vou convidar quem fez parte da nossa história. Quem agrega. Quem realmente torce por nós dois, faz por onde e está presente. Não vou gastar lugar com gente sem noção e que não agrega. Aquela sua tia, a chata de galocha, nem tenta. Não vou convidar. E o meu tio? Aquele que você não gosta por causa daquela discussão? Não chamo também, não tem problema. A gente precisa chegar em um acordo, assim como tudo na vida. Nunca vai ser tudo como eu quero e nem sempre como você quer. Vira e mexe, teremos que fazer concessões e aguentar situações que solteiros, não nos sujeitaríamos. Tudo bem, eu aguento sua tia. E é bom você abraçar meu tio e agradecer o presente horroroso que ele vai comprar.
Sobre a banda, eu quero a melhor e quero todas. De Caetano a Raul. De Beatles a Stones. Quero todas as trilhas sonoras que embalaram nossos dias, nosso amores, nossas brigas e momentos lindos que guardo com carinho. Quero a música que tocou naquele filme que a gente viu no cinema, quando eu me apaixonei por você. Eu quero aquela música que você cantou toda errada no karaokê e dedicou a mim. Querido, eu quero até as músicas que vão embalar os momentos futuros. Quero Anna Júlia dos Los Hermanos, só porque você faz piada que vai dar esse nome para a nossa filha. Ah, e sobre isso, leia o parágrafo acima: CONCESSÕES, OK? Não vai chamar Anna Júlia. Talvez Anna Carolina. Maria Júlia. Agora, Anna Júlia, não.
Dos presentes que ganharemos, penso que os usaremos como pequenos tijolos para ajudar a construir nossa vida juntos. Assim como nosso sentimento, nossos momentos e nossas músicas, o presentes vão me ajudar a trabalhar a convivência (porque você não vai lavar todas aquelas xícaras e nem vai saber usar toda a prataria), as concessões (porque eu não vou usar o vaso feio que sua tia chata de galocha deu) e a paciência (porque você nunca vai colocar as cortinas no lugar certo, porque sempre vai preferir ver futebol), sem contar que vai quebrar as taças antes da bodas de papel. Fato é, amor, que os presentes vão nos trazer momentos maravilhosos de muita raiva e risada. Espero que você saiba aproveitá-los junto comigo e não perca a lista com os nomes. Não posso esquecer de dar presente barato para quem nos deu presente barato.
Sobre o brinde, aguardo ansiosamente pela sua criatividade. Sei que você tem, só não usa muito. Espero que as palavras doces que vamos trocar nesse momento, assim como nossos votos, sejam sempre lembradas nos momentos de tensão e quando pensarmos em desistir. Porque vamos pensar nisso muitas vezes. E que em todas essas vezes, o medo de perder um ao outro seja maior do que a vontade de ir embora. Fique sempre amor, porque eu prometo ficar também.
Sobre a valsa, espero que você seja maior do que eu para que eu possa sorrir encarando seus olhos que eu provavelmente vou amar. Assim como eu espero amar tudo em você. Dançaremos a primeira música como um casal de verdade, assim como espero dançar várias ao longo do nosso relacionamento. Nunca fui uma menina romântica que sonhava em se casar, mas preciso reconhecer a beleza desse ritual que a sociedade tanto nos cobra.
Eu nem sei quem é você, querido, mas prometo amar cada detalhe e anotar cada alergia sua, assim como espero que você anote as minhas. Não sei se vou te conhecer no cinema, por amigos em comum ou naquele curso de alemão que eu estou enrolando para fazer. Posso até conhecer você naquele casamento de uma amiga, que vai jogar o buquê… quem sabe. Quem sabe, não é? No dia do nosso casamento, quando eu jogar o buquê, espero que a mulher que o pegar seja tão feliz quanto eu estou preparada para ser. Esse é o casamento dos meus sonhos amor, espero que seja o seu.