Eu sei que tenho cara de ser uma dessas meninas que escrevem sobre os relacionamentos bacanas que têm, mas já aviso de cara: não se anime não. Não é porque estou te escrevendo um texto que isso indica bom sinal, na verdade, está mais para mau agouro. Este poderia ser mais um texto em que eu escrevo sobre você e sua personalidade maravilhosa, mas, nesse caso, não passa de um adeus poético – porque hoje eu estou com tempo e escolhi desperdiçá-lo contigo mais um pouco.

Não me entenda mal, eu adoro você. Mesmo. De todos os caras com quem me bati no último ano, eu tinha certeza de que você era especial. Aliás, tinha não, eu tenho certeza. No entanto, isso não bastou para fazer com que eu te deixasse ficar. E toda a nossa troca bacana e sexo incrível também não te bastaram para fazer as coisas darem certo. De todos os caminhos que você resolveu escolher, pegou logo o atalho que não me incluía. Entre você e minha paz, eu prefiro ficar sozinha comigo mesma e, como eu já tinha te avisado no começo de tudo, a pessoa tem que se amar muito para não aceitar mais alguma coisa quando isso não lhe basta. Infelizmente, não está bastando querido.

E antes que você se pergunte se eu não estou me precipitando, já que semana passada nós estávamos fazendo planos de viajar no carnaval, eu deixo claro que eu poderia sim refletir sobre as inúmeras coisas que fizemos, sobre nossos momentos e sobre nossas lembranças – que vão me torturar nas semanas que se seguirão – mas ando cansada de ficar repassando motivo para continuar junto, sendo que um motivo só está me fazendo te botar para correr. Dispenso a inquietação da dúvida e aquele arrepio do medo. Tô mais é louca de ansiedade para ver o que vai me aparecer depois que você cruzar a esquina para nunca mais voltar. Você tinha tudo para ser o cara do ano inteiro, mas escolheu se retirar logo em janeiro. Guardarei nossas lembranças com carinho, como um álbum de foto de uma viagem bacana que eu fiz, mas que machuquei o pé no final. Paguei caro, gastei muita energia e espaço no cartão da máquina para, no final, repetir para mim mesma que eu deveria ter tomado cuidado ao pisar tão fundo no acelerador. Que janeiro leve você, e traga bons ventos e bons momentos. Adeus, amor.