Encontrei essa expressão em uma música e me peguei pensando em como essas três palavras tem tanto haver. Nos apegamos tanto a pequenos detalhes que as vezes não dizem nada, e deixando as maiores e melhores coisas – de fato – de lado. Se isso te soa de um modo confuso e distante, lembre-se de algo que será o nosso ponto de partida: tudo passa. Entende também, que tudo passa é diferente de nada fica. Tudo fica, mas tudo passa. Consegue entender a diferença? Não adianta querer entender da vida, dos sentimentos e de uma força maior, se você não entender que tudo passa, mas tudo fica.

Quando recebemos flores, ficamos tão inebriados com elas que nos esquecemos ou então, fingimos nos esquecer e deixamos de lado o fato de que as flores vão murchar um dia. O sentimento de euforia quando você as viu, quando as recebeu de alguém que você tanto gosta, vai passar. Depois de uma ou duas semanas, nem vai se lembrar da fagulha brilhante que vibrou em teu peito. Mas o cheiro delas, aquele perfume mansinho que te invade as narinas e te faz sentir uma coisa tão gostosa, fica. As flores vão murchar, vão se desfazer dia após dia, mas aquele perfume vai sempre lhe parecer familiar. E você sempre vai sorrir quando se lembrar dele ou senti-lo de novo.

De amores, todos nós entendemos e entendemos mais ainda daqueles que não ficam, daqueles que passam, mas sempre deixam algo. Sempre deixam aquele rastro meio turvo e enigmático. Pode não ser na cova da saudade, da raiva ou da mágoa, mas em alguma outra será. Sempre haverá aquele rastro. As pegadas na areia, a música antiga tocando no rádio naquele domingo de manhã ou então o nome gritado no meio da cantina da faculdade, em que você se vira instintivamente, como de costume. O aperto no estômago, o coração disparado e aquele sentimento que causa falta de ar, talvez te deixe, mas aquela sensação que te entorpece o corpo não. Isso fica. Algo fica. Sempre fica.

E desses três, o blábláblá talvez devesse ser o único que não seria bom ter algo que ficasse, mas aprendemos depois de uns anos e danos, que mesmo sendo uma briga ou uma declaração, algo sempre fica. E é sempre bom ficar. A gente fica magoado ou então, extremamente comovido com certas coisas, mas depois de algum tempo, tudo isso passa. E depois que aquela neblina confusa passar, o que vem é o que fica. A sensação de que disse o que devia ter dito, de que ouviu o que deveria ter ouvido ou queria. Flores, amores e blábláblá são a prova viva de que as coisas sempre passam, mas ficam também. Eu sei que é meio clichê, mas acredite, as pessoas precisam ter certas coisas repetidas para se lembrarem diante de qualquer coisa que no final das contas, tudo vai ficar bem. Flores murcham, amores vão embora e discussões nem sempre terminam bem, mas acredite, no final das contas o que fica é maravilhoso. Cheiroso, emocionante e necessário. O que realmente importa.