Graças a Deus ou qualquer entidade religiosa que você respeite, a gente se encontrou. Nosso encontro foi por acaso, regado a muita conversa boa e uma música de fundo. A gente se acendeu de primeira, se encarando a distância e quando você se aproximou soube me abordar da forma correta para me fazer rir. A gente conversou, trocamos duas ou mais confidências e quando o silêncio se fez presente, nós nos beijamos. Não que eu seja uma romântica incurável que se atenta aos detalhes, mas foi nos detalhes que você me pegou no laço; as tatuagens no antebraço, o sorriso despretensioso e o modo como me puxou para perto, enlaçando os dedos nos meus. Eu estava mesmo convencida de que você era um bom galanteador, mas você era mais do que tudo isso. Bastou alguns dias e muita conversa para eu perceber.

As preferências gastronômicas, o interesse por assuntos místicos e lúdicos, assim como o gosto musical que sempre se pareceu com o meu me fizeram pensar que eu tinha encontrado o cara certo. Você ainda gostava de beber, de viajar, de longas conversas dentro do carro e não se incomodava com o fato da minha mente viajar volta e meia e zerar a cada conversa. A gente aprendeu a perceber os detalhes um do outro, e como vivíamos e funcionávamos nessa sociedade agressiva que estamos inseridos. Não houve um momento sequer que eu fiquei insegura de mergulhar nos teus olhos verdes, assim como você não hesitou em se jogar na arena que é conviver comigo. Repito e insisto em dizer que a gente se ascendeu de uma forma muito nossa, e muito linda. Tudo casou; o beijo, o clima, o sexo, os interesses. Faltava só a gente casar – e você insiste em dizer que não adianta eu fugir do óbvio, que a gente ainda casa. Eu prefiro fazer a despretensiosa, e não rendo caso. Faz parte do meu charme, você sabe.

Ainda há tanto a dizer sobre nosso encontro e nossos dias, e pela forma como nos reconhecemos de primeira. Quem diria que eu aprenderia a abrir espaço na minha vida para recepcionar alguém tão diferente e parecido comigo, da mesma forma como você também se assumiu surpreso como quis tanto se dedicar a alguém e aprender com ela. A relação segue ainda muito recente, nós ainda estamos aprendendo e evoluindo a cada situação e momento juntos. Você diz que apesar da carapaça de fechada e durona, eu sou uma gata que aprecia carinho. E você, apesar da pose de galante e pegador, não passa de um menino que quer um colo para chamar de seu. Deliberadamente a gente se encontrou e se acendeu. Que sorte a nossa, eu devo ressaltar.. que sorte a minha por enfim te encontrar.