Semana que vem faz quatro anos que eu te conheci naquela entrada do supermercado. Acho que você nem se lembra disso, não é? Eu te mandei uma mensagem pelo o facebook, pedindo ajuda para fazer uma festa surpresa para um amigo em comum nosso. Você se dispôs a me ajudar mesmo sem me conhecer, afinal você nunca dispensaria uma festa. E alguns dias depois, lá estava eu descendo para aquele supermercado, pronta para encontrar alguém que eu nem sabia como era. Mas no instante que eu te vi, eu soube que era você. Era como um reencontro. Você era mais alto do que eu esperava e com olhos um pouco mais escuro do que a descrição do seu perfil informava. Eu fui pega de surpresa. Ainda costumo me sentir assim.

Você foi uma surpresa linda e repentina, e embora tudo tenha acabado da forma que foi, isso não deixa de ser verdade. Embora você ainda insista em olhar para si mesmo com olhos pouco generosos e duvidando de seu próprio valor, eu conheço você de verdade. E acho que essa é a jornada mais difícil dentro de uma relação que acabou, quando a gente vê o outro se machucando por não ver o valor que tem. Mas as coisas são como são, as histórias se desenrolam como tem que ser. Você também não olhou com olhos amorosos para mim e nossa história, e no final eu acabei machucada demais por nós dois.

No entanto, não posso deixar de guardar nossos aprendizados e momentos na memória, e me relembrar sempre que o melhor foi o que aconteceu. Que você fez o melhor que pode, e eu fiz tudo o que podia. As pessoas até ponderam sobre o que poderia ter sido, sobre o que ainda pode vir a ser. Mas a gente sabe que acabou. Quem foi ainda é, não deixa de ser. Você ainda é esse cara especial, só não tem mais meu coração. E nem nossa história recebe atenção de destaque na minha vida. Acabou. O carinho e sentimento persistem, assim como a certeza de que o fim foi o melhor desfecho pra essa novela de nós dois.