Semana que vem faz mais um ano que você de fato não vem, mas continua aqui. Assim como os inúmeros textos que aqui te dediquei e as milhares de palavras e declarações que trocamos ao longo desses tantos dias, esses versos que você lerá agora não passa de uma simples pedido. Poderia pedir que você viesse logo, mas sabemos que isso não está sob nosso controle, então te peço apenas que; quando vier, venha sorrindo.

Deixa seu sorriso ser desenhado nesses teus lábios finos, e faz teus olhos brilharem enquanto você sobe as escadas aqui de casa. Deixa a mochila na sala, tira o sapato no corredor e deita na cama comigo. Não precisa pedir licença para entrar, tentar se explicar ou justificar certas coisas. Não precisa nem se dar ao trabalho de se declarar; eu sei de tudo. Sempre soube, e isso não muda. Nem com a distância. Não com as más escolhas. Nem com as outras pessoas, e nem com a sua demora. Dói, mas não altera em nada. Ainda te quero aqui. Então, quando vier, venha sorrindo.

Sorria bastante, com aquela leveza de quem sabe que enfim voltou para a casa. De quem sabe que está no lugar certo, e que toda a tempestade encontrada no caminho de descoberta valeu a pena. Sorria se lembrando das inúmeras vezes que eu disse que sabia que você viria, e ria se lembrando das vezes que discutimos e você disse que jamais viria. Parece tudo não pequeno agora, não é? Porque você veio, e veio sorrindo.

Gira na cama comigo, me tirando da minha paz habitual que me envolve embaixo dos lençóis e divide comigo esse sorriso que eu tanto esperei ver. Eu sei que você ainda nem chegou, mas se eu fechar os olhos, consigo sentir seu lábio roçando devagar sob meus ombros nus. Eu já to com saudade de te ter aqui sempre, mesmo que você ainda nem tenha dado as caras ainda. Infelizmente, não posso te pedir que venha agora e mesmo que eu pedisse, ainda não teria como. Mas por favor, amor, quando esse tempo chegar, não demora não. Só vem logo. E quando vier, venha sorrindo.