Não vem falar comigo sobre paixão. Por favor, nem se dê ao trabalho. Nem tente. Se for pra começar alguma coisa, é bom começar de novo, e certo dessa vez. Sem mentiras, sem jogos, sem esse seu lado mundo-hipócrita-ridículo-de-cachorro. Vamos deixar as coisas claras então, porque nosso tempo está corrido, a gente já perdeu tempo demais brincando de fazer gracinha para ver quem desiste primeiro. Ninguém deu o braço a torcer, e duvido que daremos algum dia.
Ao invés de me beijar na bochecha, toma meus lábios em um beijo desesperado. Eu gosto de como você é alto, da sua essência infantil que sempre me irrita e da sua tendência a me fazer a passar dos limites. Sempre. Então, quando for me ver, me beija de novo pela primeira vez. Me beija pela primeira vez. Para de testar minha paciência e ficar quieto enquanto nossos cheiros se envolvem de novo. Faz as coisas certo dessa vez, e então nossos corpos não terão mais que esperar e nem prolongar a angústia.
Deixa eu acelerar sua respiração de novo e dizer que vou ficar mais perto como você pediu. Deixa a gente se entender na pele, sentir nos beijos e aprender nos toques. Não complica, que eu não fujo. Fica, que eu falo. Me segura pela cintura e não me deixa fugir mais. Morde cada parte que você alcançar, lambe e chupa. Não deixa eu ir embora se não for pra ficar marcada por você. Me olha de verdade e descobre todas as verdades escondidas por trás do medo, por trás da hesitação. Deixa cair por terra o meu e o seu pudor. Deixa eu bagunçar teu cabelo com carinho e com desejo. Te virar do avesso pra me encontrar. Deixa que eu te desafie, e me desafie também. Diz o que você sente, que eu te digo o que penso também. Me dá uma noite de verdade, mas não vem me falar de paixão. Paixão a gente não discute, a gente sente.