Não consigo imaginar uma analogia melhor do que essa para nós dois. Nosso amor é uma floresta; robusta, gelada, irreverente. Quente e abafada quando o sol sai e perigosa e cheia de armadilhas por entre as trilhas. Nosso amor é uma floresta que nunca foi desmatada, e tão pouco desvendada. Nosso amor é essa imagem forte e fiel ao verde escuro de uma mata qualquer que nos dá a sensação de paz e, ao mesmo tempo, de curiosidade e medo. Nosso amor é essa floresta que não nos deixa ver o que há por dentro, e guarda segredo por entre as árvores.

Nosso amor é essa floresta que passa por fases, por estações. Tem começo, meio e fim. Morre e renasce em todo o outono e inverno, para na primavera desabrochar. Nosso amor é essa floresta que me ensina que apesar de toda a força, somos frágeis e suscetíveis a inúmeras mudanças que nos deixam feridos, loucos, feios e cansados. Mas também nos renova com as descobertas incríveis sobre o quanto podemos aguentar. Nosso amor floresta me mostra que podemos aguentar o inverno, mesmo chorando sobre as grandes mudanças, e aproveitar todo o que você a partir dessa fase.

Nosso amor me mostra que nada de fato acaba, tudo se renova e se mantém. De formas diferentes, é claro, mas se mantém. Nosso amor me mostra que há diversas saídas. Há trilhas escondidas, árvores de diversos jeitos que nos ajudam a ver as coisas de diversos ângulos. Me mostra que os perigos que enfrentamos lá fora nem se comparam aos animais sombrios que podemos enfrentam dentro de nós mesmo. E que quando nos domamos, nunca mais nos curvamos a nada ou ninguém. Nosso amor me ensinou até a respirar melhor, me mostrando a importância de ser fechada e irreverente. O perigo do escuro de uma floresta nem sempre é físico, muitas vezes, só psicológico. Nosso amor me ensinou a ter coragem, a ser coragem. Obrigada por desbravar esse caminho ao meu lado.