Não vou mandar mensagem e nem chamar pra sair em um domingo qualquer, com aquela velha desculpa de que não tem nada melhor pra fazer. Qualquer coisa seria melhor para fazer do que ter que lidar com a sua indiferença novamente ou então fingir que você não mexe tanto comigo. A gente podia até assistir um filme, comentar bobagens da vida, relembrar os velhos tempos de ensino médio ou comentar quanto eu fui uma menina má quando namorávamos.

Se formos parar para pensar, a gente conversaria durante horas sobre qualquer assunto que surgisse. Sobre o aquecimento global, problemas de questões sociais, o quanto meu pai é machista ou como você e minha irmã se dão bem. Eu poderia repetir mil vezes que eu adoro a cor dos teus olhos azuis e como você é alto. Você falaria que eu te irrito demais para o pouco tamanho que tenho e que não sabe como meu ex me aguentou tanto. É, eu também não sei como sua namorada te aguenta. A gente poderia falar sobre qualquer coisa. O silêncio nunca nos constrangeu e toda vez que ele deu olá, teus lábios saudaram os meus em beijos que fazem meu coração apertar de saudade.

Ah, a saudade! A saudade tem a cor dos teus olhos e teu cheiro bom. Tem a cor da sua pele e esse seu gosto musical distorcido, mas muito bom para música. A saudade faz com que eu ouça teu nome em qualquer lugar e me encontre com cada amigo seu que exista, menos com você. Minha irmã me pede calma. Nossos amigos me dizem para ter paciência. A vida me ensina que o tempo não para pra ninguém. Eu queria tanto ligar para conversar sobre qualquer coisa, mas não vou ligar. Eu me pergunto sempre que você invade a minha mente, se eu ocupo sua cabeça às vezes. Se você pensa no que poderia ter sido ou se me odeia pelo o que não fomos. Você sempre foi um livro aberto, mas um livro difícil de ler. Quando você deixou a mesa para não voltar mais, foi quando eu mais te quis sentado para o jantar. Chega até ser irônico, mas as histórias mais bonitas de amor que eu li por aí sempre foram assim; dramáticas.

E mesmo que eu reconheça meus erros, eu não vou ligar para você. E não enxergue isso como orgulho amor, porque quando se trata de você eu não tenho. Mas eu quis durante tanto tempo ligar, eu quis durante tanto tempo falar com você e todas as vezes não chamava. Todas as vezes a secretária eletrônica deu bom dia. O silêncio mórbido foi meu companheiro. Eu adoraria ouvir a sua voz, mas você não vai ligar. Porque você não liga se tem chamadas ou não. Você simplesmente não atende. Ou entende. Mas ainda assim, eu adoraria ouvir a sua voz.