Já que é só esse tempo que a gente tem, deita aqui comigo. Encosta seu rosto no meu peito, faz morada na minha alma e se agarra em meus quadris. Segura forte a minha coxa, roça seus lábios na minha barriga e deixa tua respiração se misturar com a minha. Deixa meu ar embalar o seu respirar. Não precisa falar nada não. Não precisa pensar nada não. Eu sei que mesmo se você pensasse, não me diria. Então não vou passar meu tempo esperando algo que nunca vai acontecer.
Mas você chegou; então se aprume, deite aqui comigo.
Deixa eu te fazer carinho até você pegar no sono. Murmura qualquer coisa de forma abafada, enquanto procura minha boca e gira comigo na cama. Me mantém perto o suficiente para que o máximo que eu consiga pensar seja: “Não para!”. Então não pare. Não espere, pense, hesite. Não ouse se afastar. Deita aqui comigo, antes, durante e depois de nos acabarmos. Deita aqui comigo só pra desfrutar do silêncio ou para falar da vida. Deita aqui para segurar minha mão e mexer com as pintas que tenho no puno. Divirta-se com minhas tatuagens. Deixa eu dedilhar suas costas. Deixa eu respirar seu cheiro.
Deita aqui comigo, não me faça pedir de novo.
Eu sei que você pensa que não pode se demorar, já que logo mais precisa partir. Eu não me importo, prometo não me preocupar com a partida, já que a volta é eminente. Você fica pouco no tempo do relógio, mas sempre fica no tempo da vida. Pausa esse ponteiro, dispensa seus horários e deita aqui comigo.