Cara, eu queria poder trazer notícias melhores, mas a verdade é que a gente se apega aos erros. É como aquele automatismo de quem já dirige há muito tempo ou está acostumado a arrancar o anel da latinha de refrigerante e jogá-la fora sem nem pensar em perguntar porque diabos aquilo está lá. Eu gostaria de poder dizer que a maioria de nós passa por cima dos percalços, aprende e não repete os próprios erros, mas a verdade é que nos apegamos a tais caminhos, repetimos ações e revivemos erro atrás de erro. Eu gostaria de assumir, vitoriosa, que aprendi tudo que deveria, mas o destino parece obstinado em repetir na minha cara de que eu ainda não entendi o suficiente. E dá-lhe o mesmo erro novamente.
É frustrante. E desesperador. Às vezes, penso que seria melhor deixar tudo de lado e seguir em frente sozinha e inalcançável. Mas eu lá consigo? Minha presença é demais para mim mesma e eu preciso dividir a vida e as descobertas com alguém. Sinceramente, anda meio difícil atrair sempre as mesmas coisas enquanto busco incansavelmente atrair qualquer outra coisa. Você consegue entender? É como alguém que quer desesperadamente fazer dieta e diz que não vai mais comer bolo de cenoura, e mesmo que aguente algum tempo, depois de algumas semanas lá está você se fartando de bolo de cenoura novamente. Mesmo que você tenha repetido inúmeras vezes que bolo de cenoura nunca mais. Por consequência dessa dislexia ativa de atitudes, eu gostaria mesmo de dizer que a gente repete sem ver, mas a idade nos confere uma certa maturidade e senso, e nós sabemos muito bem quando estamos revendo caminhos antigos ou tomando velhas decisões outra vez. Nós nos apegamos aos nossos erros.
Às vezes eles são confortáveis. Outras vezes cheirosos. Na maioria das vezes, eles nos transmitem certeza. E repetir erros antigos só me mostra que o problema é mais a falta de coragem de desbravar o desconhecido que ignorância em si. Quem dera fosse burrice!
Então, desapega do teu erro, seja ele qual for. Seja quem ele for. Ou o lugar que for, a situação que for. Rompa com ele. Eu aposto que ele tá martelando na tua cabeça e no teu coração desde que você leu o título do texto e veio esperando que minhas linhas te fizessem entender porque você está tão repetitiva nos teus erros. A explicação é simples: a gente se apega, a gente se acostuma… quando viu, já foi, já repetiu e depois se passaram meses e anos e você tá no mesmo lugar de sempre. Desapega desse teu erro, desata esse nó e cai na estrada com coragem o suficiente para seguir reto quando a comodidade te mandar virar a esquina. Erros podem até parecer seguros e previsíveis, e se eles te importam tanto assim, saiba que existem outros mil erros para você desbravar por aí. Assim como existem outros mil caminhos de acertos para serem descobertos. Desata esse nó e encontre-os. Conheça-os e conquiste-os.