Anna e John podem ser qualquer casal que você já conheceu na sua vida. Dependendo, Anna e John podem ser você e seu namorado. Podem ser você e o seu ex-namorado. Ou então, você e aquele cara bacana que você conhece mas que vocês não conseguem se dar bem por mais de dez minutos no mesmo lugar. Anna e John podem ser qualquer casal, porque existe muito amor na relação dos dois, mas existe muito briga também. Eu pensei muito sobre os dois durante muito tempo, e juro que cheguei a pensar que eles se odiavam e não se davam conta disso. Depois, eu tive que assumir que eles se amavam e não podiam ficar juntos. Essa conclusão me acalmou por algum tempo, mas depois de alguns meses, lá estavam os dois juntos de novo! Ela não aprende, e ele não deixa pra lá.
Comentei dos dois para um amigo e quando eu os apresentei, meu amigo foi categórico: eles foram feitos um para o outro, são o casal perfeito. O casal perfeito até dois minutos de convivência, porque logo depois eles se pegam na briga. Ela se acalma com comida, e ele com os beijos dela. É até engraçado ver ela jogar lenha na fogueira só pela sensação de ter o controle. Do mesmo modo, é cômico ver ele colocar dúvidas na cabeça dela só para ver ela se irritar. Os dois se amam de um jeito muito próprio, que para mim beira quase a tortura e a dor. Se eu tivesse alguém tão especial comigo eu não iria querer deixa-lo atormentado, mas eles nem ligam. Vivem juntos, de mãos dadas, vivendo suas vidas do próprio jeito e batendo de frente a cada esquina. É como eu falei, tem muito amor nessa relação, mas tem muita briga também. O que acaba causando muita dor, e problemas além da conta. Tudo é muito grande, e intenso. Tudo é muito extenso, do sexo aos problemas com opiniões políticas. Eu já vi ela saindo da casa batendo a porta e gritando tão alto que eu me perguntei se ela um dia voltaria. Eu já o vi fazendo escolhas tão ridículas e envolvendo outras pessoas na história, que eu fiquei confusa se ele um dia voltaria. Mas eles voltam, sempre voltam. E eu não tô falando daquelas histórias de casais sem vergonhas que se traem e se machucam, mas sempre voltam um para o outro. Eu tô falando de química, eu to falando de algo que nem a física consegue explicar. Basta ela entrar na sala para ele se virar. Basta ele falar para ela se acalmar. Não adianta colocar os dois perto um do outro, porque em menos de cinco minutos vão estar grudados e rindo de uma bobeira eles. Eles são assim, intensos, de verdade. Nunca diria apaixonados, porque aquilo não é paixão. Beira o desespero, beira a loucura e beira outras vidas.
Eu gostaria de entender o que acontece e o que se passa na cabeça deles, porque verdade seja dita, eu sempre quis um amor assim, e entender o pensamento deles talvez me faria entender como conseguir um amor de tal forma. Eu até perguntei ao John sobre isso, pedi a ele um conselho, perguntei o que eu deveria fazer para ter algo assim. Ele me disse que o preço era alto, afinal. Amar a Anna não era tão fácil quanto amar as namoradinhas que ele teve durante o colégio, nem de longe. E apesar dela ama-lo, ele sabia que ela poderia ir embora como muitas vezes já foi. “Mas ela sempre volta”, eu repeti para ele. “Volta mesmo?”, ele me perguntou. “Acho que o que temos nunca acabou porque nunca de fato nenhum de nós dois fomos embora de verdade”. Fiquei pensando nisso por semanas, até que entendi. Se tivessem ido de fato, eles não voltariam. O amor dos dois é como uma sina, feito amor bandido mesmo. Se um dia respirassem da liberdade, talvez não voltassem. Bom, eu tenho minhas dúvidas. Não imagino um sem o outro, e também nem quero. Eles são o meu casal favorito, e esses casais modelos precisam ficar juntos para nos fazer acreditar que as coisas podem dar certo. Mas tudo tem seu preço. Espero que você esteja disposto a paga-lo.
Khol Cadori sobre a relação de Johnantan Hampton e AnnaBel Montez, Por Entre Lençóis – Livro Um.