Olho para você. É um dia de chuva. Mais um momento de dúvida que bate a nossa porta. Você é forte o suficiente para lhe tacar para fora, mas sou eu quem não expulsa.

São muitas perguntas. É muita culpa. Culpa pelo que ainda nem aconteceu. Culpa por atitudes absurdas. Culpa pelo dói e se escondeu. Culpa por manias injustas.

Quantas vezes já atravessamos essa tempestade antes? Inúmeras. É muita coisa junta.

E a gente tenta sair. A gente foge o quanto pode, explode, deixa a alma imunda. Tenta finalizar algo antes que se conclua. Tudo para se manter em uma zona segura.

Nos vemos assim e não sei mais o que esperar a essa altura. Não sei o que fazer, o coração a gente não escuta.

E mesmo com tanto medo, você tenta lembrar a nós dois que a vida continua.

Os erros ficaram para trás, mas não pode deixar que se confunda. O que tiver que mudar, se muda. Mas não dá para projetar os traumas em uma vida futura.

Me mostra um jeito de consertar a confiança. Quero saber como se arruma.

Eu queria começar de novo. Às vezes me imagino se eu fosse mais pura, se meus olhos chorassem menos pelo que me deixa insegura. Talvez assim nós dois estivéssemos melhores, mas se não estamos, qual de nós vai nos guiar nessa estrada escura?

Você estará aqui quando eu disser que não quero coisa nenhuma?‌‌Você vai me deixar te puxar para fora da curva?

Você vai me deixar dizer que nossa história é tão simples quanto profunda?

É muito tempo de estrada para se terminar sem cura.

Eu não sei dizer ainda, mas volta e meia entramos em estado de alerta de chuvas

E temos que nos proteger, pois se o nosso barco não afunda, a estrada da nossa vida é que se inunda.