Eu sempre achei que a vida era oito ou oitenta. Era fode ou sai de cima, entra ou pula fora. E te confesso que em certas situações, é assim que a banda toca – mas não em todas as coisas, não em todos os problemas e momentos da vida. Ás vezes, o copo está meio cheio ou meio vazio mesmo. Ás vezes, ele precisa tá no meio para não transbordar. Ou ás vezes, transbordar é a saída certa.
Por conta do meu ponto de vista extremista, eu entrei em problemas complicados com a mesma frequência que me livrei deles. E depois de uns surtos e outros, tive que assumir que essa coisa de oito ou oitenta não dava para mim. Eu precisava ter um ponto de equilíbrio, eu precisava assumir que nem sempre estava certa ou errada. Ás vezes eu estava certa, mas em partes. E ás vezes eu estava errada, mas não de todo. Quando eu levava tudo no oito ou oitenta era como se eu tivesse duas opções, como uma faca enfiada no peito. E essa faca só causava uma ferida dolorida e funda.
Se eu resolvesse optando por um lado, seria por exemplo, a mesma coisa que tirar a faca do meu peito. Eu poderia muito bem ter uma hemorragia e morrer, mas se em contra partida eu resolvesse optar pelo o outro lado, a faca continuaria ali enfiada no meu peito e aquilo iria inflamar, causando complicações futuras. Consegue entender como pontos extremos podem ser ruim às vezes? Independente das duas opções, eu poderia sim sobreviver, mas sempre sofreria no final. Aprendi a enxergar um meio termo e um ponto neutro, não como uma opção morna e pouco corajosa como eu sempre odiei, mas como uma real opção completamente madura e real.