É. Eu não sei como começar isso. À princípio, eu só precisava de um abraço, aqueles que são capazes de acalmar até a alma. Eu tinha decidido algumas coisas que me trariam mais calma.
Eu me muni de coragem. Eu peguei os meus medos e fui até você. Depositei tudo em uma conta e eu não acreditei que fosse render.
Mas rendeu algo que foi muito mais caro que o meu saldo atual bancário. Foi esse teu silêncio. Puro, impertinente e indecente silêncio.
Eu tenho de admitir. Quando você fala que ama alguém e por uma mínima certeza você sabe que não é correspondido, você passa a admitir o silêncio como melhor dos dois mundos. Pois qualquer palavra de consolo depois pode ser “mortal”. Você começa a se questionar por que razão afinal você gostou daquela pessoa, sendo que não ia dar certo. Você sabia desde o início. Mas preferiu se agarrar numa esperança tosca que ia acontecer.
“Eu não fui o bastante para você”.
Mesmo quando eu tentei ser. Mesmo quando eu me moldei o mínimo para me encaixar e alguma diferença fazer.
E por um momento isso só me torna mais péssima por não ter valido à pena.
Eu… Só quero envolver os braços em mim e pensar que tudo isso vai passar, como já passou das outras vezes.
Nem sempre vai ser como a gente espera, que se você se declare, alguém se declare de volta. Você não pode culpar as pessoas por não saberem o que é o amor. O que é amar.
Para de se preocupar.
E eu quero lembrar o quão bem eu me senti ontem à noite por dizer tudo que estava preso aqui nessa “glote”.
A gente ama como a gente pode, mas não pode se estrangular com um sentimento não dito que te sufoque.
E se alguém não te corresponde, eu só posso dizer que não é a gente que perde uma esperança que morre.
É ele que perdeu o passaporte com destino a “boa sorte”.
“Não perca seu tempo amando o vazio.”