Quando penso nos meus relacionamentos, geralmente eu penso nas outras pessoas. A vida é extremamente roteirizada para não se identificar volta e meia com uma história triste que passa do seu lado, ou a mais engraçada.

Esses dias eu li alguém escrever que quanto mais o tempo passava, mais escaldada ela estava por conhecer quem enganava, quem era hipócrita e quem era de verdade.

Admito que eu ri, porque geralmente as pessoas que mais vejo afirmarem isso, mais caem na armadilha do próprio ego de acharem que sabem muito ou que sabem a essência das coisas.

Não. A gente não sabe. Não sabe nem direito quem nós somos e o que dirá saber se o outro é verdadeiro ou não. A alma humana é mutável e eu insisto em acreditar que as pessoas mudam, algumas vezes para melhor.

Tem quem me chame de ingênua ou fale que não estou fazendo meu trabalho direito ao amadurecer, mas quando olho para as pessoas machucadas pelo tempo, vejo o quanto elas confundiram excesso de cautela com tirar o melhor proveito das quedas.

Eu não quero me tornar uma pessoa amarga. Às vezes prefiro ser enganada do que acreditar em nada.

Eu penso que... Mesmo que seja jogada para trás, não sou eu quem vai sofrer no final das contas. Antes eu só sabia disso, hoje essa verdade chegou até meu coração. Talvez por isso que tão rápido a minha volta que caia alguma máscara.

Não posso dizer sobre os outros mais do que falo sobre mim mesma. Coloquei isso na minha cabeça, porque posso até não me conhecer inteira, mas me conheço mais do que qualquer pessoa que seja.

E sei que focar mais em mim do que nos outros me impede de dizer besteira.

Não sei quem chegou até o final desse texto, mas se você está aqui, lembra: você não será a mesma pessoa daqui a uma década.

E pode ser que você nem mais se reconheça.

Não cultive crenças ou certezas, pois amanhã elas serão suas maiores barreiras para impedir que você cresça com leveza.