Você me conhece a mais tempo do que tenho lembrado ultimamente, então meus defeitos e qualidades são um emaranhado que você decorou de forma mais fácil do que a tabuada de seis. Eu sempre estive muito perdida e solta pela vida para me preocupar mais do que com “a semana que vem”. Meu momento é o agora, mas meu agora nem sempre é na hora. Você sempre teve que esperar a momento certo, e te agradeço por toda paciência e carinho. Custei te deixar entrar, mas não te boto para fora por nada.
E você sabe, eu sigo assim desse meu jeito, tentando, falhando, errando. Sendo louca quando preciso ser racional, sendo extremamente racional quando preciso usar a emoção. A vida segue, e eu embora eu te ame, eu sempre te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana e me fere, me julga, me aponta. Você faz o certo do jeito errado, e o errado do jeito certo e isso me confunde. Você fica, apesar de tudo. Você aguenta, através de tudo. O plano era te afastar desde o começo, já que é isso que eu sempre faço, mas fazendo isso eu só consigo te amar ainda mais. Sua imperfeição me conquista, você me desafia com esse teu jeito tão torto quanto o meu, me provocando, me fazendo questionar tudo e todos.
A gente se questiona a cada esquina e a cada briga gigantesca que a gente tem. Rompemos tantas vezes e recomeçamos de tantos modos que não existe mais história que não termine em nós dois, não por aqui. Não existe um eu, sem você. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo mesmo, meio errado, desse nosso jeito certo. Porque a gente dá certo, mesmo dando errado. E dá errado também, mesmo parecendo tão certo. E acredite, eu agradeço a Deus por escrever em linhas tortas nossos destinos, porque se elas não fossem tão tortas, elas não teriam nem se cruzado.