Semana que vem vai fazer dois anos. Acabou, quem diria. Mesmo depois de tanta poesia e capricho, acabou. Você insiste em dizer que foi culpa dela, mas nós sabemos que a história costuma ser diferente. Embora ela seja desafiadora e meio complicada, ela estava apaixonada. Você sabia disso, ela sabia disso, todo mundo sabia disso. Você se aproveitou disso enquanto pode. Depois que ela caiu em si, partiu sem volta.
Mas não sem refazer os caminhos, não sem recaída. Ela voltava para você com a mesma facilidade que uma criança caí enquanto aprende a andar, e você não percebeu. Não percebeu que toda vez que ela partia, levava um pouco de si e não deixava nada dela. No fim, quando ela partiu sem volta, você ficou sem ela e sem a si mesmo. O desespero foi inevitável. Depois de tantos anos de história e amor violento, você se apaixonou por ela. Milagrosamente pareceu perceber tudo o que ela insistira em te mostrar e o que seus amigos te confessaram pelas madrugadas. Mas ela já havia ido. Sem volta desta vez.
Sabemos que com ela não há certeza, mas há justiça. Ela não voltará outra vez, porque a ti, ela relegou o esquecimento. Você fora mesquinho, enquanto ela fora intensa e no final, ela viu que não valia a pena. Você, o amor de vocês e nem a poesia que ela insistia em fazer dos teus momentos.
Uma pena. Eu sempre gostei de um drama, mas ela não.