A história começa de forma inofensiva. Uma noite em um bar de rock, pessoas em toda volta, músicas, beijos, toques e um cover do Engenheiros do Hawaii, não tinha como não ser perfeito.

Não tinha como aquele moço passar despercebido por mim, ele tem uma aura enorme e uma vibe tão leve. E a aparência física? A melhor possível, ele aparenta ser feliz."Não fique pela metade vá em frente minha amiga, descubra a razão desse beco sem saída". Aquela música soou como uma motivação.Fui ao banheiro, retoquei a maquiagem, voltei pisando em ovos rumo a mesa daquele moço. Cadê ele? Perguntei ao garçom sobre o moço do cabelo enroladinho que estava na mesa 23, ele disse: "Tinha uma moça na mesa 19, ele disse que só iria embora depois que ela fosse também, pois ele adorou a perfeita sincronia com que ela movimentava seu corpo".Agradeci rapidamente o garçom e fui para fora do estabelecimento, pois eu era a moça da mesa dezenove. Olhei pra lá, olhei pra cá e nada do moço que me roubou de mim por algumas horas.Entrei no meu carro e dirigi rumo a minha casa com a música do Engenheiros - Dom Quixote no volume 23. Exatamente, meu nome é otária.Provavelmente não o encontrei mais. Refleti no que poderia ter dado super certo aquela noite. Perdi de conhecer os sonhos e metas de vida de uma pessoa que a primeira vista me roubou sem pedir licença."Por amor as causas perdidas". Provavelmente não o encontrarei mais, a música acabou e com ela minhas expectativas.Moço do barzinho da mesa 23, cante comigo:"Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação."