Não se trata de não sermos um casal ou convivermos como um. Não se trata de não haver ligações no fim da tarde ou fotos e mais fotos perdidas pelo o computador. A gente não existe junto apenas porque não nos pertencemos. Pelo menos, não de verdade. Dividimos momentos, alguns sonhos e cervejas. A gente insiste em fazer planos simples, forçando-nos a cumprir para que não soe desagradável ou mau criado da nossa parte. Mas no final da noite e das contas, a gente não está junto de verdade. Não nos pertencemos, não nos amamos e nem queremos. Mas pega mal assumir, né?
Não somos seres emocionais ou apegados a relações duradouras. Posso até dizer que gostamos de ser sós e não precisarmos lidar com problemas à dois, no entanto, tudo isso se altera quando nos encontramos agarrados um ao outro em um sábado de madrugada ou dividindo um pedaço de torta no meio de quarta-feira abafada. Apesar disso tudo, e da decoração combinando e de músicas e mais músicas divididas pelo o LINE, eu preciso assumir que não nos pertencemos. Nem ao menos sabemos como fazer isso ou as consequências que isso teria em nossa vida pessoal. As pessoas seguem nos pintando como um casal incrível e eu até gosto da ideia, mas a gente sabe que nada disso é real.
Por fim, aprendi apenas a me agarrar ao agora – o momento e só. Não existe o amanhã para quem nem se quer espera o hoje acabar. Você sai antes mesmo do sol dar bom dia ao céu, e eu nunca venci uma noite toda na sua cama. Por isso, seguimos subindo os degraus dessa escada sem a certeza ou noção do que encontraremos no final, apenas com a certeza de que independente da vista a gente não se pertence. Pelo menos, não de verdade.