Tô ouvindo uma playlist aí, nem me surpreendo mais pelo tanto que as músicas trazem à gente a minha memória. Até aquelas que eu não consigo identificar onde poderiam se encaixar, essas com certeza tem um pouquinho de nós. Existe sempre um pouco de paixão em tudo que vemos e fazemos. Até naquelas que parecem que não vão dar certo.
Imagina só a gente, tem tudo pra dar certo.
A gente dá pé. Você sabe que eu elaboro teorias e tento traçar conspirações do Universo para que conseguíssemos dar certo. "Dar pé", é até engraçado, logo você que tem seus singelos e imensos um e sessenta. Tem muita gente aí que fala que o amor precisa ser afogamento, mergulhar. Eu mesmo já fui da ideologia de se jogar no mar da paixão sem boia de braço. Para outros, tem que ser esse lance de respirar sem medo de morrer.
E hoje, o que é pra mim? Paixão é algo bem gostoso, que dá pé, num domingo de sol com você sorrindo e jogando água em mim.
Acho que o fundo mesmo é o orgulho, tenho certeza que nisso a gente não se afoga não.
Eu sou desses aí que se apaixonam a primeira vista ou a primeira conversa – não foi só uma vez não. E não são essas histórias juvenis e cafonas. São verdadeiras, pra mim, são tudo. Costumo não maquiar e fazer passar do dia pra noite. Inclusive, paixões a primeira vistas já renderam tantos textos e histórias sensacionais. Eu sei, não é fácil, eu sei... Não é nada normal se apaixonar em um mundo onde paixão é confundida com atração e atração com tesão. Eu quis casar com todas as pessoas a quem me apaixonei. No fundo, o que me move é a paixão.
Mas fica a promessa da segurança, a certeza de que a gente vai dar pé sim, a vontade de te ter em um abraço de fim de tarde. Ou nesses inícios de dia,em que o sol desperta e me lembra do brilho do teu olhar. Deixo aqui a certeza de que, quando eu estiver aí, o seu sorriso será ao ler uma única mensagem no celular “sai-que-eu-tô-na-tua-porta”. E até você acreditar que dá pé eu carregarei esse afogamento em mim.